4 de ago. de 2016

Raul Seixas – Cinco Canções Mais Polêmicas da Carreira






No inicio dos anos 70 Raul era produtor da CBS e certo dia um artigo sobre discos voadores lhe chamou a atenção ao lê-lo numa revista, Raul foi até a redação da tal revista no intuito de conhecer o autor do artigo, chegando lá conheceu quem havia escrito o artigo, era ninguém menos que Paulo Coelho a época metido com produção de teatro e a edição de uma revista sobre assuntos místicos. A amizade se consumou e logo depois os dois passaram a participar de uma sociedade esotérica. Essa sociedade esotérica tinha seus princípios baseados nas obras do bruxo e místico inglês Aleisteir Crowley, lá para as tantas a direção da sociedade resolveu presentear os dois com um grande terreno em Minas Gerais, onde supostamente seria construída a “Cidade das Estrelas” no local os dois iniciariam a disseminação dos preceitos de algo que ficou conhecido como a Sociedade Alternativa, uma sociedade onde todos os valores seriam invertidos, o advogado seria o não-advogado, o delegado o não-delegado e por vai. Uma canção foi composta pela dupla para sintetizar os ideais dessa nova ideologia, nos shows Raul Seixas tinha o papel de divulgar para seus fãs do país inteiro aqueles preceitos, a ditadura militar investigou sobre o assunto e resolveu prender e deportar os dois para fora do Brasil. A letra é bastante significativa, pois cita abertamente o nome do bruxo inglês que é conhecido como uma das personalidades mais execráveis da história de todo o Reino Unido, ainda assim influenciou e influência até hoje artistas e intelectuais de renome ao redor do mundo.



Ainda na Bahia Raul Seixas estudou e se formou em filosofia, durante toda a sua carreira ficou bastante visível a influência da filosofia em diversos sucessos de sua carreira. A música Rock do Diabo é tida como uma das músicas mais polêmicas do artista, por dentre outras coisas afirmar que o diabo é o pai do rock. A letra fala que enquanto Freud explica o diabo fica dando os toques, na verdade Raul havia se apropriado de ideias de filósofos como Platão que dizia que os seres humanos possuem em suma duas fortes influências em sua natureza, uma boa que representaria o bem e uma má que representava o lado mal de nossa natureza. Rock do Diabo é sem dúvidas uma das canções mais controversas do Maluco Beleza.



Por volta de 1978 Raul Seixas passou uma temporada no interior da Bahia com o intuito de se curar de uma pancreatite adquirida por conta de anos de abuso de álcool. Nesse período Raul conheceu sua terceira mulher Tania Mena Barreto, o disco Mata Virgem foi lançado nessa época e representa um momento atípico na discografia do cantor, com canções voltadas às raízes sonoras do sertão, como baião e o forró. A canção Mata Virgem é de uma beleza poética ímpar, nela Raul Seixas trata dela Tania Mena Barreto, diz a lenda que quando a conheceu ela era virgem, a letra trata do encontro através de um viés poético, a canção é tida como polêmica por conta dessa informação, segundo outra letra desse período chamada Baby a musa inspiradora tinha apenas 13 anos quando conheceu e passou a viver com Raulzito Seixas.



Um dos maiores sucessos da carreira do baiano Rock das Aranhas faz parte das canções polêmicas com certo teor de sarcasmo. Na letra Raul trata do assunto do homossexualismo, mais precisamente o lesbianismo, sempre oferecia a música nos shows para as cantoras brasileiras declaradamente homossexuais. Das varias vertentes musicais existentes no seu trabalho Rock das Aranhas aparece como uma das mais emblemáticas e polêmicas.



A Maçã é de longe a música mais instigante de todo o cancioneiro do Maluco Beleza. Apesar de passar despercebida por muitos a junção de poesia e melodia de nuance barroca, serve de estrutura para um formato que esconde um sentido muito mais amplo nas entrelinhas de seus versos. O titulo faz alusão aos relatos bíblicos do livro do Gênesis, a fruta da perdição do Jardim do Éden. Raul faz uma analogia a genitália feminina e todos os desejos, desejos esses diversas vezes incontroláveis da natureza humana. No trecho “Quando jurei meu amor eu traí a mim mesmo, hoje eu sei, que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez”, o compositor se despe de todo e qualquer tradição machista ou similar para afirmar que o amor entre homem e mulher só é pleno, quando exercido de forma aberta pelos dois lados. Trazendo essa informação para a vida pessoal de Raul Seixas, fica bastante visível o quanto ele levava a sério. A Maçã ainda que a grande maioria não perceba é o texto mais instigante e polêmico da carreira desse grandessíssimo artista. 



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